segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O QUEIJO DO RABAÇAL

Hoje venho escrever sobre um queijo delicioso, que bem merece divulgação, como faço quando visito amigos e o levo como lembrança: o Queijo do Rabaçal.
O Queijo do Rabaçal é feito de leite de ovelha e de cabra. A Serra do Rabaçal dá-lhe o nome, por ser nas suas pastagens que os rebanhos se alimentam. Quando genuíno, distingue-se pelo travo especial que o tomilho (erva-de-Santa-Maria), abundante nesta serra, transmite ao leite.
O grande escritor Eça de Queirós, no romance A Cidade e as Serras, coloca o Queijo do Rabaçal no mesmo lote dos internacionalmente célebres Camemberts, Bries, Coulommiers...
Localmente, é produzido pelas queijeiras "A Flor da Serra", na Ramalheira, e "Licínia Neves", nas Cotas, aldeias pegadas a Quatro Lagoas.
Algumas pastoras produzem-no em casa, para consumo familiar e presentear as suas visitas, acompanhado com o vinho caseiro. E que o diga eu, tantas vezes mimado com deliciosos produtos, saídos das mãos desta gente simples, e que são o que de melhor tem Portugal, mas que o Terreiro do Paço, embriegado por uma urbanidade bacoca a rebentar pela cintura, teima em aniquilar...!
Curiosamente, a caminho das pastagens na serra, alguns rebanhos passam em frente à Casa das Eiras. Vista assim, bem merece a inclusão num Postal!

domingo, 10 de janeiro de 2010

NEVA EM QUATRO LAGOAS

Neva em Quadro Lagoas.
Como há cinco anos. Mas, hoje, mais suavemente.
AAlinhar à direitasim como cai, desaparece. Alguns flocos demoram-se ainda nas folhas e primeiras flores da cameleira, em frente à porta da sala.
Estou admirando, pela vidraça, quando o André, ao colo da mãe, vem à janela e grita para o lado de cá da rua: "Ó avô, avô, olha a neve!"
Sim, olho a neve! E como a neve tem mais encanto, anunciada pela vozita duma criança!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

DELINQUENCIA FINANCEIRA E CONTRAFACÇAO PARTIDÁRIA

O neoliberalismo económico, a delinquência financeira e o compadrio ou irresponsabilidade política colocaram este mundo globalizado à beira do abismo.
A especulação foi tomando dimensões nunca antes registadas e os Off-Shores (paraísos fiscais) foram proliferando e engordando com a conivência dos Poderes instituídos, ainda que altamente lesivos para a Humanidade.
Em Portugal, a banca tremeu. Mas foi sobretudo no BCP, no BPN e no BPP que a crise mais se fez sentir, mercê de uma gestão irresponsável e fraudulenta: altíssimos vencimentos, injustificados prémios, empréstimos a fundo perdido, rios de dinheiro a volatilizarem-se...
O Estado foi chamado a intervir. A Caixa Geral de Depósitos (em que uns tantos cuspiam, chegando mesmo a reclamar a sua privatização), tornou-se o meio de socorro, injectando nesses bancos vários milhares de milhões de euros. Dinheiro dos fiéis depositantes desta Instituição Bancária, que não foram atrás de anunciados juros tentadores... Porque, lá diz o Povo: "Quando a esmola é grande, o pobre descomfia"... ou "Quem tudo quer, tudo perde". Mas a ganância é cega! E cegou mesmo... Os que perderam o dinheiro e os que dele abusaram e o volatilizaram impunemente. Em alguns casos, a falência seria a consequência pedagógica para irresponsabilidade de uns e a ganância de outros, pois sabiam muito bem que, nessa roda, para alguns ganharem, há muita gente a perder. Assim como na Bolsa.
Entretanto, os Off-Shores continuam a proliferar e a engordar. Como se nada tivesse acontecido.
Continuam os administradores, os gestores, consultores (e mais uns quantos engravatados terminados em "ores") a delapidar os bancos, as seguradoras, as empresas públicas e privadas, o próprio Estado, num continuado abuso de confiança. Em escandalosos salários, injustificados prémios e imorais (multi)reformas, muitas delas mungidas por uma só mão em várias tetas da "Vaca" por que tomam o Estado - que respira dos impostos de todos nós!
Vemos já os novos VIPs - Vigaristas, Impostores e Parasitas exibirem-se por jantares e chãs de "caridade"; por palanques e tribunas. Gente que não mexe uma palha, não sabe de onde sai um ôvo, quanto custa um quilo de arroz carolino... Mas veste bem, com etiqueta estrangeira; e assim se passeia em revistas e programas televisivos inqualificáveis...
Tudo isto, em Portugal, se tornou novamente possível e é "modus vivendi"...
Onde referências? Onde exigência de ética?
Com uma ou outra excepção, temos uma classe política que não emerge naturalmente de um percurso universitário sério nem de uma vivência laboral profícua, desejando servir a Causa Pública com espírito de missão, mas sim como produto da "contrafacção" partidária. Medíocre, inculta, intelectualmente desonesta, mais propensa à trapaça do que à lisura, tenta assegurar pelo poder ou em seu redor, num curto espaço de tempo (e quantas vezes num simples golpe de asa...), o que pelo trabalho honesto jamais conseguiria. Confunde privilégios que despropositada e imoralmente se atribui com "direitos adquiridos" que, para sustentar, torna ainda mais penosa, incerta e quantas vezes infernal a vida dos que sempre - única e honradamente! - ganharam o pão com o suor do seu rosto
.
Sobre esta matéria, já nos anos 40 do século passado escrevia Padre Américo:
(...) "a ordem social exige que todos quantos têm seus rendimentos se obriguem, em consciência, a gastá-los bem, com economia, na roda do ano: distribuir, auxiliar, consumir, dar aos que se não podem bastar. E este mínimo de coisas todos têm obrigação de compreender e de praticar. Porque é verdadeiramente criminoso todo aquele senhor que ao capital que rende vai juntar os juros desse mesmo capital.
Amarrar assim, de pés e mãos, o direito das classes pobres ao pão-nosso-de-cada-dia, é semear no seio deles: lágrimas, fome, miséria e, por fim, o desespero."
(...) "Dizem que o macaco fecha a mão e que não larga o que tem, a menos que lha cortem; e outrossim dizem que o homem descende do macaco!?
Bem podias repartir os teus anéis, em boa paz. Podias e devias; mas não queres; por isso ficarás sem eles e sem os dedos, em guerra."
(Padre Américo, - fundador da Obra da Rua, em Pão dos Pobres, 1.º Vol.)

sábado, 2 de janeiro de 2010

O MURO DE BERLIM E OUTROS MUROS...

A QUEDA DO MURO DE BERLIM

Na sequência da Segunda Guerra Mundial, os países vencedores, Estados Unidos da América, Inglaterra, França e União Soviética, repartiram entre si a Alemanha, dividindo assim um país, um Povo. Em 13 de Agosto de 1961, a RDA (República Democrática Alemã) inicia a construção do muro. Daí à divisão do Planeta em Mundo Ocidental e Mundo Oriental, foi um passo... Surgiu a NATO, a ocidente, e o PACTO DE VARSÓVIA, a leste. A política do terror, a Guerra Fria... Em Novembro de 1989, deu-se início ao derrube do Muro de Berlim. A Mickail Gorvachev, último presidente da União Soviético, e à sua política de reformas, em boa parte se deve este histórico acontecimento,a democratização dos países de Leste e a consequente desagregação da União Soviética. Cabe também aqui uma merecida referência a Sua Santidade o Papa João Paulo II, natural da Polónia, que exerceu um pontificado de abertura ao mundo e apelo aos valores cristãos e universais.

OUTROS MUROS
EUA / MÉXICO - 3140 Km; ISRAEL / CISJORDÂNIA - 721 Km
ÍNDIA / BANGLADESH - 3200 Km; PAQUISTÃO / AFEGANISTÃO - 2400 Km
IRÃO / PAQUISTÃO - 700 Km: IRÃO / CURDISTÃO - 450 Km
BOTSUANA / ZIMBABUÉ - 480 Km
GRANDE MURALHA SUBTERRÂNEA NA CHINA - 5000 Km
E O MURO ENTRE RICOS E POBRES...
O maior! Não se sabe onde começa nem onde acaba. Cobre todo o Planeta... Por todos os países. Passa à minha, à tua, à porta de toda a gente: Cidadão comum, Juízes, Bispos, Cardeais, Papas, Primeiros-Ministros, Presidentes, Reis! Sabe-o TODA A GENTE!
Em cada hora mata milhares de seres humanos. À fome. À falta de cuidados médicos. Ao frio. Ao calor. Espoliados pelos países ricos e saqueados pelos seus governantes. Sabem-no muito bem os Governos e todas as Instituições Internacionais.Este Muro é a maior vergonha de todos nós!