domingo, 13 de dezembro de 2009

Natal de 2009

Avizinha-se mais uma Quadra Natalícia.
Fui ao musgo, e por ele comecei o Presépio deste ano. Está a gruta, com a Sagrada Família, e os animais de que a história fala. Dois pastores e um rebanho disperso. Para lá de um pinheirito, avistam-se os três Reis Magos. Um boneco de homem rústico leva nos braços um perú para oferecer; um outro toca flauta. E é tudo. Bem destacado na sala, com heras em rodapé.
O André, meu neto, com três anos e quase meio, mira, remira, ... Contou que estão nove ovelhas. Sabe que não deve mexer, mas não resiste: - "Ó avô, põe esta ovelha ali!" Quanto aos Reis Magos, tento explicar-lhe que têm de estar mais afastados, porque o dia de os aproximar da gruta é só depois do Natal. Mas ele: - "Não, não! Têm de estar todos ao pé de Jesus!" E fica encantado a olhar o Presépio! ...
Como eu, em pequeno, gostava que, à noite, terminasse o terço para mirar e remirar o meu Presépio de menino entre meninos, em Paço de Sousa. Era a nossa única prenda de Natal, feita por nossas mãos, também com musgo natural. Anos adiente, em Gaia, apanhava-o com a minha filha em espaço verde que, entretanto, atapetaram de asfalto e onde se erguem e acotovelam prédios... Hoje, apanho-o para o meu neto entre carvalhos e oliveiras, onde ainda pastam os rebanhos e à noite se vêem as estrelas.
Sinto humedecerem-se-me os olhos. Lágrimas de Natal pelos sem Natal!

Talvez haja Natal
Naquele apartamento...
E a quaresma,
Na mesma
Angústia do casebre,
Chegue talvez do pão
Para o medicamento
E o menino resista
Aos quarenta de febre...